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domingo, 16 de outubro de 2016

Um Problema de Ego

O problema do meu ego, é na realidade um problema de auto-estima.
Esse existe desde sempre.
A carência de ser aceite, de ser vangloriado, de ser considerado o melhor.
Carência é um palavra tão meiga para o quão rude eu sou.
Eu quero, eu quero o que não consigo ter, eu preciso do que quase certamente não me faria feliz, mas que certamente me coçaria a comichão que o ego me cria.
Não sai da minha cabeça aquilo que nunca la deveria estar, importa-me aquilo que não deveria querer saber.
Percebo agora porque tenho esta comichão.
O afastamento que sempre senti, a barreira que sempre foi erguida entre mim e todos, só me fez mais querer salta-la.
Mas nem todos nascemos lindos e perfeitos, com um sorriso atraente, com um jeito calmo e divertido.
Não interessa o quão eu tente, o jeito não está em mim.
Triste o dia em que percebi, havia algo que me coçava tão temporariamente esta comichão.

Sexo, descobri eu, é a única coisa onde o meu ego é momentaneamente substituído por orgulho que me satisfação.
Nada tem a ver, nem sequer penses que falo amor, pois não existe conexão para além da física.
Quando dou prazer, sou aceite quando me dizem que sou o melhor, quando me esforço para dar o máximo de prazer.
Que criatura vulgar, que se reduz ao quão fantástico é o orgasmo que é capaz de dar a outra pessoa.

Pergunto-me então, que mais há então a fazer?
Que mais alto feito deveria eu querer?
Não são essas duvidas apenas criadas pelo altos valores da sociedade em que me encontro?
Pouco mais há para mim do que querer coçar a comichão do meu ego.
Não pára, não me satisfaz, não deixo de pensar nisso.
Dói-me.
Mas não deixo de o querer, pois como poderia deixar?
Algo tão entranhado não sai com nenhuma lavagem.
Não interessa o quão me digas que te dei o melhor dos orgasmos, a maior quantidade, o mais rápido, que quase que desmaias, que estejas viciada.
Não interessa que mo digas, se outras não mo dizem, ou se outros o poderiam fazer melhor.
Isso tudo deixa de ser fantástico pouco depois de sair da tua boca.
Ainda assim procuro-o, pois não interessa o quão breve seja, é tudo.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A Solução

Encontro sempre a errada, sei que ela nao está em mim, enquanto a correcta se encontra escondida nas minhas costas.
Não interessa o quão me vire pois parado viria o mesmo.
Porque se esforça tanto?
Porque me esforço pouco?
Numa solução virtual, nada é testado é a não ser nas cabeças dos que me testam, os incompreenssiveis, os intelectuais.
Mudando de opinião, mudam a solução, sem rima ou razão.
A dificuldade é prever a mudança que me conduza a solução sem rima, não a uma solução, mas a essa solução, que encaixe nos incompreensíveis e lhes agrade.
Essa é a solução.