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segunda-feira, 29 de abril de 2013

The ProtoSapiens - Angui's Story (Capítulo II)

Que dias estes, que dias tão curtos.
Após regressar para onde nunca deveria ter saído, após dias neste novo planeta, após o esta pequena estrela me varrer de cima a baixo, e fugir mais rápido do que o tempo que permaneceu presente dominando o seu céu azul, descobrimos que não éramos os únicos seres vivos a testemunhar esta corrida eterna.
Olhando para a superfície e debaixo dela, como esperávamos, milhares de espécies moviam-se e escondiam-se, seguindo e perseguindo a luz que nos varriam a ambos.
Era estranho estar tão longe do sitio que me viu nascer, chegando a um mundo que me parecia tão diferente quanto familiar.
Foi entao que se deu o primeiro contacto.
Ainda que à distância, percebemos o que estaria para vir, raças que tal como nós em empos passados, lutavam contra tudo, lutavam para ganhar tempo, perdendo tempo a lutar.
Espécies que lutam contra todas as outras e entre si.
Nem mesmo a espécie dotada de mais inteligência, conseguio ainda evitar e ultrapassar esse instinto que domina este mundo desde que começou a albergar vida.
Na realidade, penso que nem nós ainda a ultrapassámos.
Percebendo que poderiamos tocar por nós proprios na superficie, Pater começou entao a ligar todos de novo aos seus corpos.
Sabia que não se iriam conter, a matéria de que somos feitos requer sacrifícios, por já não termos nada para nos autodestruirmos, dentro de nós, requeremos ver algo a ser destruído.
Foram capturados dois exemplares desta espécie que começára ja a modificar o que vê, a expressar-se no que vê e a recriar o que vê.
E digo capturados, como poderia ter dito raptados, forçados sem esforço algum a se submeterem à nossa vontade, à nossa sede de conhecimento, aos caprichos da nossa mente primitiva, que agora
mascára com curiosidade uma imparável vontade de destruição.
Mas não tenciouno deixar esta historia escrita para que recordem o que fizémos a este planeta, mas pelo que eu impedi que fizessem.

domingo, 28 de abril de 2013

Noite - pt6

A noite silencia tudo o que me rodeia.
O meu medo de silêncio rodeia-me.
Não quero estar só.
Só quero ocupar o meu cérebro com mais uma hora de luz e cores, mais meia hora de som irreconhecível, sem linguagem nem tradução.
Por favor ocupa-me mais uns minutos antes que os meus pensamentos tomem conta do vejo e ouço.
Do que sou.
Por isso, assim que isso acontece, enquanto imploro para que no próximo pestanejar, veja o que me rodeia, deito-me sentindo a respiração dos lençóis.
Tenho conforto na fôlego do que sei não existe, nesse momento sei que estou controlado pelo que sou, o que não existe.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Sonho - 1

Sonho que acordo no meio do mar, com este barulho surdo, fico imóvel, pouco abaixo da superfície.
Barulho surdo acorda-me, fazem os meus olhos semi cerrados verem os primeiros raios de luz que através da água azul, apenas atingem poucos metros de profundidade.
E uma sombra mostra-se a quilómetros, nadando na minha direcção.
Depois de um rápido pestanejar, percebo já essa sombra com duas grandes barbatanas laterais.
Ao segundo pestanejara aparece uma imantas baleia azul, negra à frente do meu olhar desfocado, com a sua pele negra revestida por linhas de uma armadura de corais dourada como ouro polido.
Num pestanejar pairou na minha frente, noutro, acabára de consumir.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Personalidade

Não a tenho.
Ainda não percebo como a conseguem.
Com a conseguem?

Sou o que me parece ser melhor na altura, e normalmente sou o que não devia ser, digo o que não devia dizer, sem saber porque o disse.

Não digo o que penso, e não penso no que digo.

Se personalidade é o conjunto do que já vivemos, e então sou o que todos fizeram de mim.
Ser eu próprio não existe, só existe ser um pouco de todos.
Ser diferente não existe, só existe não conhecerem quem me tornou no que sou.