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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Estou farto de ser eu


Posso mudar de cara contigo, por uns tempos, só uns tempos?
Posso esconder-me na tua pele por uns tempos?
Só preciso de algum tempo, para aprender a ser como tu, para deixar de ser o que sou.
Só quero perceber, só quero entender o que se diz e como se diz, o que se faz.
Só quero aprender a não ser eu.
Não quero que ninguém me veja, porque favor não olhes para mim.
Podes-me conhecer de novo?
Como pela primeira vez que me visses.
Olha para mim outra vez.
Como se olhasses para ele.

Momento

Não compreendo este conceito.
Um lugar temporal que não existe senão como uma ilusão na nossa mente.
Uma ilusão que por si só, nos faz querer continuar a viver.
Sem mente não há momento, tudo já aconteceu, tudo é passado.
E para mim, todos os momentos são passado.
O futuro não existe. Não me mintam. Não criem mais ilusões para me fazer querer viver.
Ligam-me a tempos como ligam uma máquina que faz respirar um passeente em morte cerebral.
O momento de que todos falam não me deixa ser feliz.
O momento é passado.
Fazer alguém feliz , é a única ilusão que me faz feliz, é a única que está sempre comigo, que eu quero recordar, é fora do espaço e do tempo, e é a única que sou incapaz de criar.
Não vivo do momento, vivo de ilusões.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Not good enough

Acerca do facto de que não sou quem gostava de ser tenho muito a dizer.
Sobre as minhas inseguranças tenho ainda mais.
Não sei distinguir entre ser inseguro e ser simplesmente incapaz de de satisfazer suficientemente bem, algo que é de mim exigido, ou que exijo de mim.
Não sei se o que me impede de alcançar, se a minha inabilidade, ou a minha insegurança.
A insegurança de nunca poder alcançar sem deitar tudo a perder, semeia ilusões que sei nunca se irão concretizar. Talvez por isso se chamem ilusões. Talvez não passe do meu medo de errar.
Mas não é medo, é premonição que se torna realidade.
É o que é certo que vai acontecer, é ciência certa.
A incapacidade de ser melhor e mostrar que sou o melhor de todos, faz-me perder todas as hipóteses de cumprir os objectivos que me dão, incluindo ser o melhor.
Não passo dos objectivos que me dão, porque eu só quero agradar.
Mas não sou bom o suficiente.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Grupos

Não há provavelmente nada que me meta mais nervoso em todo o meu percurso de ensino, do que fazer grupos.
A minha dificuldade de me relacionar com quem não conheço, associada às amizades super superficiais que pareço formar, fazem de mim uma não opção para qualquer grupo de trabalho.
Sou aquele que tem de pedir a um grupo de pessoas com quem penso me dar bastante bem, se posso estar no seu grupo.
Sou aquele que já está sem grupo antes mesmo de dizerem para os formarem.
Sou aquele que se ficar sem grupo ninguém nota, porque não adiciouno valor ao trabalho, e porque não estou intimamente ligado a ninguém o suficiente.
Sou aquele que ninguém nota se deixar de existir.

Não, não tenho raiva para com essas pessoas.
Tenho raiva para comigo, tenho pena de mim, odeio-me por não conseguir mudar e ser quem não sou.
Odeio-me porque o que sou não basta, nem para dar o primeiro passo.
Odeio a imagem que dou a todos, com que todos ficam de mim.
Não sou suficiente para um grupo, qualquer que seja o tamanho dele.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Existir

Não compreendo como é possível acreditar-se que existe algo mais para além do que realmente somos.
Um acumulado de moléculas bem organizadas, que interpretam outras moléculas, que preferem continuar a ser, ou por uma razão ou outra, preferem deixar de coexistir, sem qualquer tipo intenção singular.
Assim se percebe que não existe sentido ou razão para a existência, quando o ser quer deixar de querer existir, se percebe que o seu acontecimento nada mais tem de especial do que milhões de anos de evolução, o qual não passas do resultado.
Apenas mais um na cadeia.
Felicidade não passa de uma desculpa para prosseguir a existir.
Nesse caso...
Talvez os átomos que me formam, se reúnam em algo mais feliz da próxima vez

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Peça #4

I now undeerstand what I didn't get then
I got my self now, I do stand a chance 

domingo, 8 de setembro de 2013

O Regresso

Ja oiço o comboio ao longe.
Ja sinto o frio pela cara e pelo pescoço.
Sinto o bater do coração irregular.
Sinto a pressão de fazer melhor do que sou, sem saber como, sem recompensa.
Espero só pelo tempo de confirmar a minha incompetência.

Peça #3

In dreams there is only reality
And reality has become a nightmare

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Peça #2

Tomorrow I will look at the sun
And hope you are not there
When I close my eyes

Peça #1

Procuro
Juntar peças perdidas
Encontro novas
Choro as que ficaram pelo caminho

domingo, 4 de agosto de 2013

How

Why
Am I this stupid
Why
Keep on confusing
Love with Jealousy
Beauty with love
Simple and simply

Why do I know it’s impossible
But like lying to myself
Do I only feel it’s impossible
But I’m just giving up

Can I look hollow and in tune with another heart
Or the mind not the heart doesn’t tune

Can I look mad and spook a heart
Or have I already done that

Why
Is jealousy strikin’ again
Why
In my mind I break the train’s window
With my Hand
With my madness I don’t want to feel
To show
To rise
To be

Why can’t I talk
Why can’t I interest
Why others do

Do I love you?

Why would I?

How can I?

Taking the first step I did
As you said I should
Feet feel stuck on the ground
With the nails you nailed them as early as you could

Have you missed me today
Not that you ever did
Not that you ever will

How I know
How You know
How You keep your inside from me
Tells the story I already knew
How you want to know my inner thoughts
Still disturbs my whys

Remind me again how I am not your fitting half

Tell the excited part
Your inside is locked for your fitting half
Tell the “it’s impossible” part
Your almost there, just keep makin me laugh

One day Happier
Another day crapier
One day feeding
Another day starving

The Journey ends here today
The distance to travel is now longer than the miles between us
The … is now successfully scared away
Subtle ray
Projecting shadows
Until the end of the day
Until the definite set of the shadow rises


Let there be End in the morning




Este é um texto com quase 2 anos, que acabei de encontrar no meio de ficheiros perdidos e decidi colar aqui

Loving pain

I look at people
Moving, flowing, loving through chapters and places
Me
Stable in time and pain
Unable to make you suffer
To love another 
Or love what I've become

Like the throe your happiness gives me
I like it
In a well of loneliness
Pull my hair one last time
Inhale my last breath
Waterboard myself to death
I try it in a loop
I want to try it again
It never ends

The hate remains
In my brain
It can't feel anything else
Anymore







quarta-feira, 31 de julho de 2013

The ProtoSapiens - Angui's Story (Capítulo III)


Durante milhões de anos, gerações incontáveis no nosso passado, criaram e veneraram os seus próprios, conferindo-lhes as características que no seu tempo mais eram apreciadas.
A perfeição segundo mentes mais que imperfeitas, era erguida e subsequentemente derrotada pela sua imperfeição, segundos outras mentes igualmente imperfeitas.
Estranhamente, este ciclo parece ter chegado a um fim, ou senão um fim, virou-se agora para uma perfeita simetria.
O tempo deu-nos poder, poderes que nos abriram os horizontes espaciais, que nos libertou da opressão, que nos permitiu sermos nós a oprimir.
Após a extinção de limites, toda a nossa percepção de vida mudou.
Podemos agora chegar a tudo, fazer de tudo, criar de tudo.
Conceitos que sem serem vividos, provavelmente nunca serão capazes de compreender.
Sem objectivos inatingíveis no nosso planeta, saber tudo, tornou-se o único objectivo da nossa existência colectiva.
Mas após anos em busca do desconhecido, não tenho mais a certeza de que o saber é o ultimo objectivo de algo de um ser vivo.
Percebi que este propósito me parece ser o que seguramos como última razão para continuarmos, vivos.
É irónico que durante todo aquele tempo, procurámos razão na nossa imaginação, e agora não encontro propósito nem na realidade.
Essa perspectiva teve, assim cheguei a este planeta, uma reviravolta inesperada.
Em tantas espécies, tão diversas, uma espécie criou em mim um propósito que eu não poderia ter pensado por mim próprio.
Algo que culminou nos meus actos contra Eden, onde a minha visão não agradou a ninguém.
No final, acredito que estes seres têm mais pelo que viver e são mais merecedores dessa dádiva que ainda não compreendem, do que todos os que se encontravam a bordo.

Após percebermos que se tratava de um atmosfera rica em oxigénio e nitrogénio, decidiram que se trataria de uma missão de investigação profunda.
Para mim, foi o sinal principal de que o interesse ia para além do interesse nos comportamentos e ciclos deste planeta e da vida que contém.

Vi a estrela que domina este sistema, desaparecer não mais de 5 vezes, até ser chamado à câmara principal.
Nela, o primeiro ser procurava pelos seus semelhantes.
A simulação era quase perfeita.
A sua percepção estava tão convencida de que tinha acordado no mesmo local onde acordou, que não se apercebeu da nossa presença, não procurou uma saída, mas ao invés, procurou os seus semelhantes.
Foi então que me senti um Deus, perante a mais inteligente espécie deste planeta.
Uma espécie capaz de construir, criar, e planear em grupo.
Um membro, que naquele momento, confuso e em pânico, não sabia o que fazer num ambiente que sendo em quase tudo igual ao que conhecia, estava desprovido de todos os que conhecia e interagia em todos os ciclos.
Cai então em dualidade.
Algo no comportamento daquele ser me impedia de deixar de observar, de o tentar compreender, de me conectar com o que o seu cérebro interpretava, e no que nele se activava.
A forma aparentemente irracional como se começou a mover, dividiu o meu pensamento, entre continuar a observa-lo, ou prevenir que terminá-se com a sua vida.

Num momento revelador para todos, ao dar um passo em falso enquanto corria já sem forças, cai sem controle sobre uma rocha.
Observá-mos pela primeira o fluído que potência estes seres.
O solo sob si ensopou-se de vermelha, e daí surgiu o seu nome, Adão.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

De Manhã...

Já não é tão esta altura no dia, em que percebo que não me sinto tão mal.
Já não são os raios solares que elevam os valores de alguma hormona que me faz sentir melhor.
A Noite dura agora todo o dia.

Antigas Amizades

Hoje percebi o porquê de não falar com ninguém dos meus anos de secundário.
Secundário foram os únicos anos da minha vida onde senti que pertencia a um grupo, uma família.
Foram anos em senti felicidade, em que me senti bem, senti que finalmente, ao me aproximar da idade adulta, tinha encontrado pessoas que me compreendiam, que riam como eu ria, que sentiam como eu sentia.
3 anos que hoje parecem tão longínquos como se 30 já tivessem passado.
Em apenas 2 anos, o secundário tornou-se um lugar do passado que tento esquecer, com pessoas que hoje me são completas desconhecidas.
Literalmente, não as conheço.
Em dois anos, depois de tentar com tantas pessoas, iniciar uma simples entre duas pessoas que já não se falam há tanto tempo, percebi que não há tecnologia que ultrapasse o desprezo humano.
Gostaria de perceber se sou eu que ainda sou um puto, enquanto todos evoluiram para adultos, ou se realmente nunca houve amizade nenhuma.
Gostaria de perceber o porquê dos 18 anos desfazerem a personalidade e as amizades criadas até então.
É como se houvesse um ritual de inserção que falhei ao 17 anos, que ninguém me avisou.
Sinto-me um criança, sinto que parei no tempo, sinto-me um falhanço num universo paralelo, sinto que estão todos certo e eu errado, provado pelo facto, de que não falo hoje com ninguém desses 3 anos, provado porque ninguém em dois anos, apesar das minhas tentativas, me perguntou sequer estava bem.
Já agora.
Não estou.


terça-feira, 16 de julho de 2013

Não saber deixar...

É engraçado pensar que o próprio cérebro se gosta de torturar.
Não existe nunca uma situação em que memórias e sentimentos de torturam, tu sim torturas-te a ti próprio, mesmo que não o consigas impedir, mesmo que não faças de propósito.
Eu por exemplo, não sei deixar de gostar desta pessoa.
Não é algo que se elimine, não é algo que tenha escolhido, não é alguém que seja perfeita para mim, mas é a imperfeição que me atrai.
Ao pé dessa imperfeição, é o único momento em que me sinto feliz.
Confunde-me se o meu sentimento é real, ou se é especial por ser o único e ainda sinto.
Confunde-me ainda mais o porquê de me sentir tão inferior sempre que se diverte com quem mais gosta.
O meu cérebro não sabe parar de gostar, pois é incentivado a gostar mais sempre que estou contigo.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Mentir

Um necessidade tão imperativa da nossa vida, que não sabemos como seria o nosso mundo se fosse fisicamente  proibida.
Uma ferramenta tão prestável, que apenas nos apercebemos do quão poderosa e flexível usando é usado contra nós, quando descobrimos a verdade.
Não ha pessoalmente, pior sensação do que descobrir que alguém não era quem pensamos que e era todo aquele.
É percebemos que depois da mentira, estamos a falar com a vendeira pessoa, e ao mesmo tempo com um pessoa completamente diferente.
Peço para que as verdades sejam uma mentira, para que a pessoa que pensava ser, substitua aquela que aparece à minha frente.

sábado, 25 de maio de 2013

No vazio

São noites em que não adormeço, em que por ser noite, todo o dia parece terminar ali, todos os meus dias.
Lembro-me do que esqueci, lembro-me do que não me devia lembrar, peço desculpa a todos os que me magoaram, culpo-me de tudo por tudo o que vou fazer.
Não percebo porque no nada choro em vez de tentar dormir, não compreendem, o quão distante da realidade me sinto por debaixo dos meus lençóis, e eu não compreendo de que realidade falo.
Estou deitado, enrolado em mim, nu, em cima de um gigante cubo de pedra frio, no negro do espaço.
Tenho tremores, suores frios, sons estranhos e arrepios.
Todos me carregam cada vez mais fundo, enquanto os meus pensamentos proceguem sem mim e sem sentido.
Todos correm através de mim, a falar das suas conversas imperceptíveis.
O único som que percebo é o batimento do meu coração, que desvanece lentamente, no vazio.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

The ProtoSapiens - Angui's Story (Capítulo II)

Que dias estes, que dias tão curtos.
Após regressar para onde nunca deveria ter saído, após dias neste novo planeta, após o esta pequena estrela me varrer de cima a baixo, e fugir mais rápido do que o tempo que permaneceu presente dominando o seu céu azul, descobrimos que não éramos os únicos seres vivos a testemunhar esta corrida eterna.
Olhando para a superfície e debaixo dela, como esperávamos, milhares de espécies moviam-se e escondiam-se, seguindo e perseguindo a luz que nos varriam a ambos.
Era estranho estar tão longe do sitio que me viu nascer, chegando a um mundo que me parecia tão diferente quanto familiar.
Foi entao que se deu o primeiro contacto.
Ainda que à distância, percebemos o que estaria para vir, raças que tal como nós em empos passados, lutavam contra tudo, lutavam para ganhar tempo, perdendo tempo a lutar.
Espécies que lutam contra todas as outras e entre si.
Nem mesmo a espécie dotada de mais inteligência, conseguio ainda evitar e ultrapassar esse instinto que domina este mundo desde que começou a albergar vida.
Na realidade, penso que nem nós ainda a ultrapassámos.
Percebendo que poderiamos tocar por nós proprios na superficie, Pater começou entao a ligar todos de novo aos seus corpos.
Sabia que não se iriam conter, a matéria de que somos feitos requer sacrifícios, por já não termos nada para nos autodestruirmos, dentro de nós, requeremos ver algo a ser destruído.
Foram capturados dois exemplares desta espécie que começára ja a modificar o que vê, a expressar-se no que vê e a recriar o que vê.
E digo capturados, como poderia ter dito raptados, forçados sem esforço algum a se submeterem à nossa vontade, à nossa sede de conhecimento, aos caprichos da nossa mente primitiva, que agora
mascára com curiosidade uma imparável vontade de destruição.
Mas não tenciouno deixar esta historia escrita para que recordem o que fizémos a este planeta, mas pelo que eu impedi que fizessem.

domingo, 28 de abril de 2013

Noite - pt6

A noite silencia tudo o que me rodeia.
O meu medo de silêncio rodeia-me.
Não quero estar só.
Só quero ocupar o meu cérebro com mais uma hora de luz e cores, mais meia hora de som irreconhecível, sem linguagem nem tradução.
Por favor ocupa-me mais uns minutos antes que os meus pensamentos tomem conta do vejo e ouço.
Do que sou.
Por isso, assim que isso acontece, enquanto imploro para que no próximo pestanejar, veja o que me rodeia, deito-me sentindo a respiração dos lençóis.
Tenho conforto na fôlego do que sei não existe, nesse momento sei que estou controlado pelo que sou, o que não existe.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Sonho - 1

Sonho que acordo no meio do mar, com este barulho surdo, fico imóvel, pouco abaixo da superfície.
Barulho surdo acorda-me, fazem os meus olhos semi cerrados verem os primeiros raios de luz que através da água azul, apenas atingem poucos metros de profundidade.
E uma sombra mostra-se a quilómetros, nadando na minha direcção.
Depois de um rápido pestanejar, percebo já essa sombra com duas grandes barbatanas laterais.
Ao segundo pestanejara aparece uma imantas baleia azul, negra à frente do meu olhar desfocado, com a sua pele negra revestida por linhas de uma armadura de corais dourada como ouro polido.
Num pestanejar pairou na minha frente, noutro, acabára de consumir.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Personalidade

Não a tenho.
Ainda não percebo como a conseguem.
Com a conseguem?

Sou o que me parece ser melhor na altura, e normalmente sou o que não devia ser, digo o que não devia dizer, sem saber porque o disse.

Não digo o que penso, e não penso no que digo.

Se personalidade é o conjunto do que já vivemos, e então sou o que todos fizeram de mim.
Ser eu próprio não existe, só existe ser um pouco de todos.
Ser diferente não existe, só existe não conhecerem quem me tornou no que sou.

terça-feira, 12 de março de 2013

Uma Nota Apenas

Dias passam.
Esqueço-me se já foram piores ou se continuam a piorar.
Semanas passam.
Começam, espero que acabem não pior do que começaram, só o suficiente para não me sentir com menos vontade de começar a próxima do que a anterior.
São menos as conversas, são menos as piadas, sou mais falso a cada dia.
Distancio-me de tudo, ou distanciam-se.
Digam-me porquê digam-me que mal comportamento tenho que se esquivam de mim.

Os anos passam, e assim que penso nisso, já não sei porque ainda os deixo passar.

Penso que passo mais um dia para que no próximo comece o que sonho começar.
Assim que começo, sinto o normal nada que a vida preenche de curtas memórias, e toco uma nota apenas.
Não sei o que tocar pois não sei para quê tocar.

Uma outra parte diz-me para começar de novo, para simples ficar bem.
A outra parte não percebe porque isso não é possível, a outra parte não tem carácter nem características, é algo, possível de se definir por uma nota apenas

quinta-feira, 7 de março de 2013

The Tube

You've cried
You get
Sur prised
By everyday
Life, it seems

Life it is
Work
Home it is
Like death and tor ture
Everyday life it is

"THE END IS NEAR"
You wish it were

Watchin
Between
Everyone's mi se ry
On screen
Lookin'
From above
Thinking'
I'm so much better

"She scalped her own son
He killed her old mom
They crusi fied the whore
And burned her off
Spring"

They touched you
Through
The tube

I love it
I get it
Watching blood spread
I want it
I crave it
Live while everything dies

And it spreads like
Needles in my veins, I'm
Watching my self die
Telling my brain good
Bye

It's not so much about what you see, but about how you think on what you see


domingo, 3 de março de 2013

Uma Salva

Prefiro que me digam "Olá tudo bem"
Em qualquer dia do ano
Do que Parabéns
No meu aniversario

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O Parasita

- Sabes...tenho pensado...pensado no que raio é que me faz continuar a acordar todos os dias - de madruga de céu aberto, enquanto Daniel bebia a primeira tequila que a esplanada serviu nesse dia - Tenho pensado se existe um propósito maior que me levanta as pernas de manhã mesmo não querendo...sem vontade...sem razão.
Carlos ainda não não se tinha sentado, os cafés estavam a demorar a sair e ele esperava-os ao balcão.
De qualquer da maneiras, a conversa já ia adiantada.
- Rapaz tens de te acalmar - dizia Carlos com os dois cafés na mão sentando-se à mesa - eu já te disse tudo o que tinha a dizer, tu sabes o que eu penso...só tu sabes o que queres fazer daqui para a frente.
- Será coincidência? Tenho pensado se é o meu trabalho que atrai tudo isto.
- Sim de certeza que há, trabalhas com mortos, a tua cabeça só pensa em morte, atrais a morte - Carlos e a sua ironia - faz perfeito sentido para mim.
Um esboço de sorriso deu-se na cara de Daniel, antes de dar mais outro golo.
- Acreditas que quis pagar ao gajo que fez a autopsia ao meu pai...para a ser eu a fazer?
Parando com a chávena ainda no ar, Carlos pousa-a, pensa, diz:
- Não só acredito, como não sei porque não o fizeste...
- Depois de pensar, percebi que já tinha visto o que iria ver. Mais do que isso, conclui finalmente o que suspeitava à tanto.
- E o que é que suspeitavas?
- Ao fim de tantos anos a viverem juntos...só prova que nem ele, nem tu, nem eu, nem ninguém esta certo do que lhe pode passar pela cabeça amanhã.
- Rapaz, olha que podemos - com uma pequena risada - o que ele fez teve uma razão, mesmo que sem lógica nenhuma, teve alguma motivação, e havemos de descobri-la, tens é de dar tempo ao tempo.
- Não percebes...nós não controlamos tudo o que fazemos...o coração bate, a pele soa...mas podes ou não controlar a respiração, e os pensamentos...esses controlando-os ou não, controlam-te a ti.
- Ok, mas é isso que te estou a dizer, vamos tentar perceber o que se passava na cabeça dele.
- Não me estás ouvir...eu não disse que o parasita era a ideia, disse que o parasita esta dentro de nós, no nosso crânio - pousando o copo já vazio - somos o corpo de um parasita, a pele de um parasita que nos dá um toque, aqui e ali, que nos desvia para a esquerda ou para a direita. Depois de tudo isto, só pergunto se ele me acorda todos os dias, ou se ainda não me disse que me quer a dormir.
- E de quem estás a falar?
- Vamos descobrir?


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Tudo

Adoro quando Tudo te acorda.
Te diz que Tudo ainda existe e que quer que sangres mais uma gota para Sua boca.

Perdoar

Penso no que tentam expressar quando dizem que devemos perdoar.
Em que consiste realmente perdoar?
No que resulta dizer à pessoa, ou para mim mesmo, que aceito o que ela fez e que vou seguir.
Por favor digam-me como funciona.
DIGAM-ME.

Se não é apenas dizer, como é que o passo a sentir, como é que assim do nada passa a fazer parte da minha realidade, que aceitei e segui com o que a pessoa me fez.
EXPLIQUEM-ME.

Nada apazigua o que vai em mim.
Só uma pessoa o fará, não uma palavra.
Mas então...
Se não vivo com o que vivi, não conseguirei viver.

Medo do Escuro

A minha história começa desde que eu me lembro de ser eu.
Quando tinha os meus 4 e 5 anos, sempre que não conseguia dormir, e acordava às 2 e 3 da manhã, via o meu quarto negro, com a minha luz a entrar pela janela, via formas e monstros, a passar e a saltar de um lado ao outro do meu quarto.
Olhavam sempre para mim, o caminho todo, de olhos penetrantes e parados, enquanto o resto do corpo se movia, como liquido no espaço.

Se deixasse o estor mais aberto, a história era a mesma.
Sombras, luzes, sons que eu não conhecia nem reconhecia à luz do dia, à noite tornavam-se em seres de outro mundo, como seres do Limbo que se ligavam ao meu mundo pelo portal que era a minha janela.

Hoje tenho saudades de os imaginar, tenho saudades de temer apenas o que está na minha cabeça.
Será não continua a ser o mesmo?
Hoje passo a maior parte da noite a dormir, e se acordo, só imagino o quem já vi e não quero voltar a ver, imagino quem deixei de ver e queria ver para sempre.
Quando acordo à noite, sinto-me frio e só debaixo do meu colchão.
Sinto que tudo piora, sinto o quão tudo piro cá dentro, sinto o que o pior está para chegar, sinto que o melhor era acabar ali.
Adormecer e deixar de existir.

Mas.
Mas relembro-me que de manhã vou deixar de pensar assim.
De manhã tudo vai voltar à temperatura normal, e vou voltar a pensar no que realmente interessa.
Relembro-me ainda que que na próxima noite, tudo vai voltar.
O Medo do Escuro.
Ciclo Perpétuo.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Pequeno momento

Hoje durmo feliz.
Descansado durmo hoje, sabendo que estou bem na vida que segui que construí para mim, que fui recompensado pelo trabalho que fiz.
Costumo querer trabalhar para a felicidade dos outros.
Gosto de agradar, gosto de sentir que dei algo de mim a alguém que agora está melhor do que antes do que lhe dei.
Mas hoje foi de mim para mim.
Pelo menos hoje por um dia, por um momento, vou adormecer sabendo que consigo ser bom para mim próprio, que sei fazer sentir-me bem.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Fall

I falled in love for the wrong person
For the right reason
I learned to fall

domingo, 27 de janeiro de 2013

Inteligência - pt3

Há outro factor no nosso cérebro, que sendo perfeitamente lógico, é bastante frustrante. O facto de não conseguir sentir, imaginar ou conceber, algo que já não exista.
Tudo o que faz é amassar e empacotar numa nova embalagem, pouco diferente inicial.
No evoluí-mos,não revolucionamos, destruindo o sonho de quem acha que vai inventar a pólvora.
Essa que o ditado diz foi a ultima grande invenção.

Será que confundo?
Será a invenção independente da necessidade de ser inteligente?
Será a criatividade medida, comparando o melhor que uma dita espécie fez?
Terá ela uma medição?
Tenho a certeza que não estaria no topo.

Existe este e aquele momento em que me sinto tão bem comigo e com o que faço.
Com o que concebo e projecto, com o que acho ser novo e criativo, mas sempre sinto aquele vazio no meu cérebro que me lembra que não foi assim nada de especial, e que alguém já o fez melhor.

Se fosse inteligente não me preocupava com isso.
Se fosse inteligente sabia o que dizer quando procuro dizê-lo-
Se o fosse, não escrevia nada disto.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Cruz Quebrada

O terceiro mundo da linha ferroviária de cascais.
Numa transgressão não intencional (que espero não repetir) acontece que fui obrigado a parar na estação da cruz quebrada, um local onde parece que o tempo parou no século XIX.
O tempo parou mas o aço enferrujou.
Os carros a pouco mais de 50 metros mal se fazem ouvir.
A máquina de carregamento está naturalmente avariada, e o vulgar café bar quem tem as janelas comidas por algum bicho devorador de madeira, teve naquela manhã o maior ganho dos últimos 10 anos, dois chotes de Johny Walker para o chefe da mesa do canto.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Voltar

Apetece-me voltar.
Acho que todos temos, algures em nós, em algum período da nossa vida, uma vontade de voltar a algum lado, a a um tempo.
Depois de tudo o que se passou, começo agora a sentir saudades, ao que parece, chegou agora a onda de choque.
Apetece-me voltar.
Num tempo em que tudo era tão simples.
Chegava a casa da minha avó, num dia de verão abrasador, direito um beijinho, à esquerda na cozinha esperavam-me fatias de meloa fresca.
Trazia-as para a salinha minúscula, escura mas quente, já só de boxers me esponjava pelas duas poltronas, e ligava a televisão.
Com alguma sorte, estaria a dar o batatoon ou os digimon.
Inspirava-me as aventuras, os montros, a emoções, as personagens, a música, e a esperança de que talvez um dia podesse entrar no mundo digital, e visitar todos aqueles lugares.

Hoje passo, quase todo a minha, num mundo digital um pouco diferente, e só penso que o que eu queria realmente, era aquilo sitio, estar naquele momento, apenas mais uma vez que fosse...e sonhar...sem nunca acordar.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A Dor de não Sentir

De qualquer forma, não sinto as pessoas a partirem.
Sinto quando alguém escolhe partir, sinto quando alguém prepara a sua partida, morrendo todos os dias um pouco mais, mais um pouco, até que, cá fora ou o lá dentro, não reste do ser que antes conhecia-mos.
Foi isso que mais me impressionou, foi isso que mais me doeu.
Mas, ao contrario da maior parte, não colapso quando alguém morre, ao inicio penso, nunca mais a verei, nunca mais lhe falarei, mas mesmo isso não me assusta, eu desligo dos mortes, passo à frente, uma parte do meu dia que seria gasto com essa pessoa, agora não o é.
É assim que vejo e sinto a morte de quem me é próximo, e é isto na realidade, que me dói.
Dorme não sentir.
Sinto-me culpado por vezes, sinto que não gostava assim tanto dessa pessoa, sinto que afinal, se calhar, não tinha a ligação a essa pessoa que deveria ter tido, ou que achava que tinha.
Aconteceu no passado e acontecerá no futuro, o facto dos mortos não me causarem sofrimento ou segundos pensamentos, não me fazem pensar, nem sequer me fazem desesperar.
Apenas penso, o que aconteceu aconteceu, e agora estou cá e para continuar a viver, esperando que a linha da vida tenha muitos desvios.
No fim, os vivos continuam a ocupar a maior parte da minha conciencia, pois mesmo que sinta algo por ambos, esses sim escolhem afastar-se de mim...

Doença

O distúrbio que nos corrompe a mente e o corpo.
Invisível, e muitas vezes inexplicável, corrói-nos por vezes até estarmos irreconhecíveis.
O que é incrível, é que não apenas sofre o doente, mas também a família, o amigo, a pessoa que tanto a quer ver feliz.
A doença tem esse efeito em nós, que o nosso cérebro criou, de destruir não apenas apenas a pessoa em que toca, mas todas as pessoas que lhe são próximas.
Doeças crónicas, doenças que estão connosco, com o próximo, para o resto das nossas vidas, doenças paras as quais não existe cura, e ao invés de morrermos repentinamente, esperamos a nossa morte, sofremos pelo que faz ao nosso corpo, sofremos por antecipação do inevitável.
Fazem-nos pensar sobre a fragilidade da nossa carne, da nossa vida.
A mim, faz-me pensar que não passamos de casulos de parasitas, ecossistemas para criaturas que não reconhecem que destruirão o único sistema que os mantém vivos.
Somos nos afinal de contas...