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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Piadas


Ora, hoje deparei-me com uma piada de um dos mais conhecidos comediantes de stand-up dos nossos dias: Dane Cook
É engraçado (sem ter piada nenhuma)porque esta piada foi feita em tão pouco tempo que me leva a pensar que ele estava bêbedo num bar depois de ter ido ver o filme "The Dark Knight Rises" sozinho, e teve a brilhante ideia para esta piada:

"So I heard that the guy came into the theater about 25 minutes into the movie ... And I don’t know if you’ve seen the movie, but the movie is pretty much a piece of crap ... yeah, spoiler alert.”

E assim continua... “I know that if none of that would have happened, pretty sure that somebody in that theater, about 25 minutes in, realizing it was a piece of crap, was probably like ‘ugh f*cking shoot me."

A piada seria naturalmente mais engraçada, se a intenção não fosse mais do que chamar atenção para um comediante a morrer, mas talvez não seja a atenção que ele queira de qualquer das maneiras.
Sim, seria mais engraçada.
A piada toda está realmente na tentativa de perceber de que planeta fora do sistema solar é o Dane.
Como é que é possível a alguém no mesmo universo que eu dizer que uma das melhores conclusões de uma trilogia, um dos mais esperados e aclamados filmes do ano, is just a piece of crap.
E só vendo os primeiros 25 minutos!

Ok se calhar não é isso então.
Será que a piada era mesmo gozar com o facto das pessoas que foram a um filme num pacato cinema no Colorado, quererem morrer numa sala de cinema porque o filme é...mau?
Dito assim até tem piada não tem?
Tem piada do quão estúpida a piada tem, mas até me sinto mal por rir dessa mesma estupidez.

Por isso, vamos pensar que isto era mesmo uma piada, "ingénua" e sem pensar no seu impacto (Impacto, pff...até o estou a valorizar).
Se virmos neste ponto de vista acho que podemos aplicar aquela secção do nosso cérebro (não que eu realmente saiba como é que ela se chama) que nos desliga emocionalmente de outras pessoas, baseando-se apenas na distância e não na gravidade da situação.
Penso que o Pessoa tinha um poema sobre isto também.
Mas eu lembro-me, eu lembro-me que algo há milhões de anos aconteceu nos fez começar a sentir algo pelos outros, nos fez ligar emocionalmente a pessoas e eventos, e eu lembro-me que isso se chamava inteligência.
Essa marota que é tão rara neste planeta.
Não, não é uma piada acerca de muitas pessoas não serem abençoadas com a mesma, é genuinamente raro pois não vemos baratas a irem ao funeral dos seus amigos espezinhados, talvez vejamos elefantes a formarem algum tipo de rituais a lembrarem o elefante que agora jaz em ossos aos seus pés.
Nunca veremos a formiga a filosofar sobre o quão parva ou injusta a sua sociedade é, da mesma maneira que nunca veremos Dane Cook a fazer uma piada menos patética, barata e insensível do que esta.

Outrora comediantes como George Carlin estavam da boca das noticias porque tinham dito e criticado com algo que todos sabiam e todos viviam mas ninguém gostava de falar, e faziam-no de uma maneira criativa e com substância que os tornaram lendas.
Não me dêem a desculpa de ser humor negro, para isso se confirmar, têm de existir duas condições extra, examinar e criticar uma situação obscura e tabu de um evento ou sociedade, e acima de tudo, não ser dita por Dane Cook.

domingo, 29 de julho de 2012

sábado, 28 de julho de 2012

O Homem do outro lado

Eu nado.
Todos os sábados, naquela hora de acordar que ainda estou a dormir.
A essa hora não sou o único que acha uma melhor ideia estar a dormir, e por isso nado quase sempre sozinho.
Não só não tenho ninguém para falar, como dou tempo ao meu cérebro para divagar.
Costuma ser um momento em que saio de mim, enquanto o corpo fica a nadar.
Mas, de vez em quando, o pensamento cruza-se com a  realidade.
Lá está ele.
Outra pessoa do outro lado da piscina.
Com toca azul, de cabeça de fora e um braço em cima da corda de divisão.
De punho fechado a aguentar a cara que nem pensador.
Olha para mim.
Venho a mim outra vez, nado até à sua margem.
A miopia desfoca a clareza que ganho na aproximação.
Não vejo bem.
Apercebo-me da bola de plástico azul que flutua e se move ao tocar na margem de mosaico.
Uma salsicha enrolada em nó a nem metro e meio da água desdobra-se por si mesma, e eu penso:
-Mas que...?

quarta-feira, 25 de julho de 2012

25 de Julho

Hoje dia 25 de Julho de 2012 cumpri a promessa que fiz a mim  mesmo à já algum tempo...dar uma pequena prenda a uma pessoa que me deu muito mais do que eu alguma vez poderia restituir.


Noite estrelada


















Sou apenas um explorador
Que encontrou neste universo
Mais que imenso
Uma Sensação de frio acolhedor

Viajando entre sonhos amados
E fogos apagados
Entre bacos ancorados
E comuns felizardos

Vagueando confuso e perdido
Como Apolo sem destino
De tom pouco garrido
Amo mas desafino

Procuro cura
Para uma noite luminosa
Que tanto tende a ser pura
Como maliciosa

Mas haverá sempre dia para tanta noite
Mesmo que de diamantes brancos ela se construa
Pois que vontade não me falte para que seja quebrada
Esta noite Estrelada

E quando tal dia chegar
Apenas terei de me afastar
E contemplar meus Delfos
De ondas azuis

Ponte para pensar
Definir e redefinir
Adorar e me iludir
Para onde quer que me leve esse ondular
Sei que me irá LIBERTAR

domingo, 22 de julho de 2012

Desconhecida

Hoje sinto que perdi alguém especial.
Não se te vou ver outra vez, ou digamos melhor, ver a tua escrita outra vez.
Mas sinto que algo se me escapou por entre os dedos.
Mas provavelmente é como dizia, Only a Girl

sábado, 21 de julho de 2012

Às vezes

Quantas vezes me sinto só aqui, deste lado.
Sem nada para contar sem nada que apeteça fazer.
Não se trata de não ter nada que fazer, mas de parecer tudo tão em vão.
Às vezes sinto a luz no fundo a aquecer-me o rosto, às vezes sinto-me na escuridão.
Às vezes penso no quanto tempo perco a pensar no que não devia, e perco ainda mais a pensar que não devia.
Às vezes penso que isto é só uma fase.
Às vezes penso que é fase que dura demais.
Às vezes penso que estou a passar pela vida sem nada ter feito ou dito, mas às vezes olho para mim e para a minha idade e penso que não está assim tão mau.
Às vezes tudo me consome (como hoje) e fico no silêncio destas palavras, pelas quais choro sem lágrimas.
Às vezes acho que sou ainda uma criança no mundo onde devia fazer coisas de adultos.
Às vezes sinto culpa, às vezes sinto-me no bom caminho, às vezes sinto-me num labirinto.
A maior parte das vezes sinto que nem devia escrever o que penso.
If i show my dark side, would you still hold me tonight?
Penso que devia ser uma pessoa fantástica a frente das pessoas, pelo menos às vezes.
Às vezes tento falar, mas em vez de ser com outras pessoas, só o consigo fazer comigo mesmo.
Merda para isto é o que eu digo.
Mais uma noite em branco é o que vai ser.

Às vezes penso se foi apenas The first cut is the deepest ou se foi The Final Cut.

Ela que não existe

Com ela eu gostava de estar.
Se ela exisitisse, faria-me falar como ninguém fez.
A conversa ia e fluía como se algo em mim me mandasse dizer qualquer palavra que a minha cabeça pensasse.
Ela seria simples, vulgar, no seu vulgar especial.Na minha opinião.
Ela não se ofende com coisas menores, ela não magica na cabeça que não existe.
Gostava que ela tivesse o Ego que eu não tenho, mantendo-o em perfeito equilíbrio.
Gostava que ela tivesse o humor livre e despreocupado e um sorriso de graça e simpatia.
Ela fala.
Fala muito e ás vezes até demais, mas fala-me do que pensa, fala do que sente, fala-me do que a preocupa, e não remói dentro o que a rói fora.
Ela é de outra realidade, mas compreende a minha como eu compreendo a dela.
Não compreende as bandas que ouço ou os filmes que vejo, mas deixa-me que lhe explique, e talvez goste.
Deixa-me que te deite na história.
Nos lençois digo, e te conte a história de Metropolis parte 2.
Os enredos e os mistérios, os tons e sons, os porquês e as razões sem lógica.
Que há tarde façamos amor no outra lado da lua, e à noite ainda tenhamos forças para dançar um light jazz num sitio calmo.Eu não sei dançar, mas ensinas-me.
Porque estou a falar no presente?
Ela seria a pessoa com a qual eu esqueceria tudo, e eu talvez fosse o mesmo para ele.
Não talvez! Seria...serei possas.
Gostaria dela quando me pergunta-se o que é isto ou aquilo, como é isto ou aquilo, como é que se toca aquela música?
Séries, Filmes, experiências, que nunca vivemos, que gostaríamos de tentar?
Tudo isso seriam as nossas conversas.
Tu irias-me ensinar o que nem sei existir e falaríamos disso durante horas.
Não
Acho que me estou a enganar.
Com essa pessoa não precisaria de falar como todas as outras, eu olhava nos seus olhos e diria tudo o que tinha a dizer, sem dizer uma palavra.

PS: Leio isto e acho, há tantas coisas mais que queria dizer, mas não me ocorre, então fica por aqui, porque acaba bem, acho.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ajudar

Quantas vezes não nos sentimos inúteis, sem motivação, lixo.
Já todos nos sentimos assim, alguns mais que outros, durante mais ou menos tempo.
Mas senti uma saída.
Senti que todo o tempo que tinha em mãos, devia ser usado para construir algo.
Um Futuro decidi.
Ajudar quem me é proximo, ajudar desconhecidos e ajudar quem mais que tudo necessita de ajuda para continuar mais um dia.
Ajudar ajudou-me.
Aliviando a dor, ocupando-me com o que realmente interessa.

domingo, 15 de julho de 2012

Noite - pt1


A noite desperta-me.
Põe os sentidos alerta e o cérebro a pensar.
Demasiado.
Amplia tudo o que sinto à luz do dia, para bem ou mal.
Normalmente mal.
O coração bate,
Sacode
Me
Assusta
Me
Convulsões começam em mim e nos meus olhos 
Descansar é impossível
Dores do passado criam dores no presente
E assim passo mais uma noite
Acordado

Felizmente
Sem pesadelos

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Morte

É o que nos faz sentir vivos, é o que nos faz aproveitar o tempo que nos resta, é o que nos faz lembrar que nada vai durar para sempre.
O tempo passa, a morte aproxima-se, mas parece que nos esquece-mos.
Esquecemo-nos de aproveitar o tempo que temos com as pessoas que gostamos, e achamos que se não for hoje é amanha, ou para a semana que vem.
"Sim sim, já sabemos disso"
Todos sabemos, mas parece que queremos esquecer, e penso que é esse mesmo pensamento que nos dá um tiro na cabeça quando uma pessoa que nos é querida está prestes a partir.
Falo em partir, mas não acredito que aquela consciência realmente vá para outro corpo ou outra dimensão.
Falo em partir como quem se recusa a acreditar que uma consciência de 90 anos se vá desfazer em segundos, indo com ela todas as memórias que nunca ninguém viu ou conheceu.
Embora eu sei que é isso que irá acontecer.
Não sejamos crianças egipcias, que preparam a morte durante toda a vida.
Mas parece que encarar a morte nos torna mais maduros
Parece que quando os frutos ficam maduros, é que caiem, e morrem.
Demasiado tarde.
O fruto fica bem.
Não sente.
É só uma fase.
Passa.
Mas não para o resto da árvore.
Sente a dor pelo fruto.
Testemunha a passagem.
O antes e o depois.
A diferença.
O vazio.
E o por isso peço.
Fica.
Fica apenas um pouco mais.



quinta-feira, 12 de julho de 2012

Familias

Aqui está um pequeno grande tema que decidi falar, sobre um exemplo em particular que bem pode parecer bastante rebuscado, mas que muitos como eu acompanham à muito, e pessoalmente é uma situação com a qual eu acho que muitos podem retirar algo para a si mesmos.
Durante qualquer coisa como 10 anos, um programa que nunca saiu do ar no Discovery channel, Orange County Choppers, a história do filho e um pai (e um gordo que nunca fez nada da vida e que é de longe o mais inteligente) que fabricam motas personalidades, e que embora não ache que o resultado final é tão bom como o estatuto do nome que acabaram por criar, acabaram por ter grande atenção dos media e do publico   graças ao sucesso do seu programa de televisão.
Eu sei o que estás a pensar, espera um pouco, lê mais um pouco e irás perceber o porque desta referência.
Ontem ia-me deitar, a uma hora invulgarmente cedo para tal, mas deparei-me com o dito programa, e pensei o que aqueles dois tinham passado em 10 anos, ambos ricos, ambos com vida feita e ainda a trabalharem no que gostam, mas penso que constantemente no meio dos seus cérebros está sempre este pequena dor causada pela incapacidade que têm em dar-se com a pessoa que no fundo mais gostam.
No fim de tanto processos jurídicos e tanta discussão, eu só pensava o quão mínima era toda aquela luta, o culminar da colisão de dois enormes "egos" que ao fim não apenas de 10 anos de programa mas muitos mais fora do mesmo, o culminar de discussões que começavam pelo guiador ser mais baixo ou mais alto do que um ou outro queria, e acabavam na fútil e simples ofensa pessoal.
Quando tudo isto começou, eu pensei, tudo isto vai acabar quando um deles morrer por qualquer razão, e o outro vai ficar a lamentar todo o tempo perdido, todas as discussões, todos os anos sem se falarem sequer, mas por "sorte" não foi isso que aconteceu.
A mãe já bastante idosa e doente de Paul Senior faleceu, e foi então que Paul Junior que mesmo não aparecendo no funeral, enviou uma mensagem de voz de condolências bastante sentida para o pai.
Eu percebo que para todos de fora, isto não deixa de ser bastante frio e insensível, algo que foi feito só porque tinha de ser, mas acreditem que para uma montanha de ego daquela altura, é bastante complicado sequer fazer algo desta natureza.
No fundo Paul Senior acabou por sentir essa resma de sentimento do outro lado, e acabou por responder, uma tentativa de aceitar as condolências do filho, e percebendo a futilidade de tanta guerra.
Parece  que todos percebemos a futilidade, menos quando estamos numa situação semelhante, mas mesmo assim tenta, corre com calma a favor da vida, pois quando a morte chegar, já não é há reconciliação possivel.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Uma Gotinha

Tive eu uma dor de cabeça e meia, a pensar como começaria este blog.
Foi então que me ocorreu.Procurar um tesourinho (não deprimente) que me dissesse como tudo começou, há muitos anos, algo que me explicasse de uma forma tão basica, algo que não sendo o que sou hoje, ainda nada na mesma água que nado hoje:

Se eu fosse uma gotinha de água

Se eu fosse uma gotinha de água o que eu mais gostaria de fazer era fazer parte do grande ciclo da água.
A parte que eu mais gostaria mais era a de cair das nuvens, lá de bem alto, e ver as minhas amigas a transformarem-se em  granizo e neve embora elas não gostassem muito disso.
Normalmente caio sempre em forma de água, mas uma vez, transformei-me em neve e devagarinho cai com as minhas amigas flocos, com muito tempo para nos divertir-mos.
O mais aborrecido foi quando o sol nasceu e nos derreteu a todas e tivemos de cair todas juntas numa cascata.
Realmente ser uma gotinha não é má ideia: viver sempre com amigos, passar pelo ciclo da água, transforma-mo-nos, cair de sítios altíssimos, tudo isso não é má ideia, mas mesmo assim continuo a querer ser quem sou . 

Escrito no 3ºano, com 9 ou 10 anos de idade, lembro-me vagamento de o escrever, mas não me lembro de ser tão bom a criar metáforas, desde então perdi o geito...

terça-feira, 10 de julho de 2012

Introdução

Hoje crio este blog, hoje, dia em que pesadelos que me acordaram à noite me acordaram durante o dia, hoje crio esta pequena porta aberta ao mundo, como se o mundo quisesse saber.
Hoje crio este blog como forma de me obrigar a meter cá fora as palavras que não saiem pela boca.
Hoje nesta noite fria de Verão crio um blog que embora o seja, espero não ser ApenasMaisUm.