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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Medo do Escuro

A minha história começa desde que eu me lembro de ser eu.
Quando tinha os meus 4 e 5 anos, sempre que não conseguia dormir, e acordava às 2 e 3 da manhã, via o meu quarto negro, com a minha luz a entrar pela janela, via formas e monstros, a passar e a saltar de um lado ao outro do meu quarto.
Olhavam sempre para mim, o caminho todo, de olhos penetrantes e parados, enquanto o resto do corpo se movia, como liquido no espaço.

Se deixasse o estor mais aberto, a história era a mesma.
Sombras, luzes, sons que eu não conhecia nem reconhecia à luz do dia, à noite tornavam-se em seres de outro mundo, como seres do Limbo que se ligavam ao meu mundo pelo portal que era a minha janela.

Hoje tenho saudades de os imaginar, tenho saudades de temer apenas o que está na minha cabeça.
Será não continua a ser o mesmo?
Hoje passo a maior parte da noite a dormir, e se acordo, só imagino o quem já vi e não quero voltar a ver, imagino quem deixei de ver e queria ver para sempre.
Quando acordo à noite, sinto-me frio e só debaixo do meu colchão.
Sinto que tudo piora, sinto o quão tudo piro cá dentro, sinto o que o pior está para chegar, sinto que o melhor era acabar ali.
Adormecer e deixar de existir.

Mas.
Mas relembro-me que de manhã vou deixar de pensar assim.
De manhã tudo vai voltar à temperatura normal, e vou voltar a pensar no que realmente interessa.
Relembro-me ainda que que na próxima noite, tudo vai voltar.
O Medo do Escuro.
Ciclo Perpétuo.

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