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sábado, 27 de outubro de 2012

Terror

Lembro-me de ter uns 5 ou 6 anos e ver um filme chamado "Espécies", que na altura já era assustador para dizer o menos.
Tive incontáveis pesadelos em criança, com Aliens, criaturas que a minha cabeça inventava, coisas que voavam no meu quarto, coisas que me comiam vivo, coisas que não gostavam de mim.
De certa maneira, sinto falta dessas criaturas imaginárias, já não sinto que estou nesse meu mundo de fantasia, tudo é recto, real, uni-dimensional.
Sinto falta de imaginar tudo aquilo, mesmo o que me fazia arrepiar, o que me fazia agarrar o cobertor com toda a força, ficando calado para que o que quer que estava cá dentro, lá fora não me fizesse.
E no fundo, hoje nada está cá dentro, está tudo lá fora.
É isso que é crescer suponho.
Passados tantos anos, continuo adorar um suspense que me agarre à cadeira.
Continuo a tentar sair da realidade, mas tentativa atrás de tentativa, é cada vez mais difícil.
Faço cada vez menos intervalos da realidade, cada vez menos duradouros, cada vez, mais fúteis.
Realidade torna-se então mais assustadora do que o que eu consigo imaginar.


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