Acordo sem luz alguma.
Esta dor queima-me o interior dos olhos, como ovo em água quente.
Tento não abri-los, fugindo da mais mínima fonte de luz.
Não falo, talvez não me falem.
Não aguento som, como não aguento luz.
Frio, gelado.
Sinto-me mas não o sinto.
Lá fora, vejo agitação.
Nela, cheiro-a.
Vejo-me de fora, sentado, agarrado a mim mesmo, quieto, no meio da confusão
Tento isolar-me.
E vejo nitidamente a primeira imagem.
O comboio chega e passo a notar os minutos.
Ainda não os tinha visto.
E chegam-se à frente, encasacados gorilos e gorilas, querendo entrar primeiro do quem quer sair, carregando quem sai de novo para os seus lugares, desde que o lugar não seja sentado.
Nesse caso corre-se que nem animais a jogar o jogo da cadeira.
Nunca fui bom nesse jogo.
Entro, ambos os lados estão cheios e sentados.
Encosto-me e suspiro enquanto a porta desliza e nos tranca, animais cansados, que acham ter cruzado a meta.
Sem comentários:
Enviar um comentário