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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Adeus


Porque agradeço a infância que me deste
Digo-te Obrigado

Porque nunca esquecerei e sempre te quererei lembrar
Digo-te até à Próxima

Porque não aguentei ver-te sofrer
Digo-te descansa em paz

Porque não te voltarei a ver
Digo-te Adeus

Porque sei que não estás a ouvir
Peço-te que ouças o que te quero dizer.

É nestes tempos que percebemos o quão frágil o corpo é, o quão não passamos de um monte de carne ambulante, movido por circuitos eléctricos e hormonas.
A nossa dependência de algo tão fraco é quase irónica.
Ganhámos consciência de que a podemos perder a qualquer segundo.
Podemos cessar de existir num segundo, como podemos morrer um pouco mais todos os dias.
E todos os dias morreste um pouco mais.

O sofrimento que nunca mostraste, hoje parece ter sido em vão, hoje parece não ter passado de um segundo no tempo, um vácuo no tempo passado.
O que existiu é agora nada, gravado na memória, nada existe.
Deixaste-nos, na minha opinião, tarde de mais.
Serei louco?
Durante uma semana rezei pela tua morte a Deus nenhum.
Desejei que tudo parasse, e quando parou...nada
A minha vida  que passou por ti, fez a tua passar por mim.

Senti alguma vergonha de não te ter reconhecido.
Se não te falassem, não saberia que eras tu.
Sei que ainda eras tu lá dentro, mas eu não percebi.
Que se lixe comer, pediste um capuccino, antes que o corpo decidisse ir sem levar o sabor que tanto adoravas.
Enquanto bebias, eu observava o mundo que circulava ao nosso lado, à nossa frente.
Esse corre sem querer saber, esse corre cansar, esse corre sem sofrer.
Esse nunca para, e só temos acompanhar, sem pensar, sem ver.



Eles que não sentem
Sortudos...


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