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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Materialidades

Voltámos a esta altura do ano, em que consumir e comprar é a palavra de ordem.
Não, não tenho nada contra isso, aliás, com o devido respeito pelo ambiente e pelo próximo, acho que se devia consumir ainda mias.
Digamos que tenho uma relação com este consumo um pouco diferente.
Incluindo o espírito Natalício, que adoro (conversa para outro texto), tenho uma visão sobre o consumismo bastante mais feliz do que a maior parte.
Nada do que compro me faz feliz.
Vamos partir dai para que fique claro que não fico cego quando olho para o meu novo iPad, mas estas "coisas" fazem-me um pouco mais feliz.
Compro com bastante cuidado, compro só o que posso pagar na altura, compro o que realmente sei que me vai servir para algo.
As coisas servem um fim, não o são.
Mas pessoalmente há algo mais a estas coisas que compra-mos, elas mexem com algo mais em nós.
Seja um livro, um computador, um filme ou mesmo um carro, elas, embora ao olhar de muitos, caprichos que o mundo nos impôs, colmatam não apenas uma necessidade, mas uma necessidade pela novidade, pela evolução, pelo sentimento de renovação, talvez até, por uma necessidade do cérebro de não parar.
Ás vezes sinto isso, sinto que embora algo melhore com a compra que fiz, e embora me sinta mais feliz pois agora vou mais longe do que ia antes, sinto que nada me parece me parece preencher, algo que notei principalmente após o Natal, onde recebi o que queria, e mesmo assim, sinto que foi apenas outro Natal, que passou, que se foi, que eu não vivi.
Não vou ao ponto de dizer que tudo não passa de uma ilusão, que nos revestimos de coisas que não precisamos, que são apenas peças que tentamos encaixar a força na secção cerebral que controla o amor e a felicidade.
O que sinto é que não consigo lá encaixar mais nada.

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