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domingo, 16 de setembro de 2012

Noite - pt2

Eu que nunca tive uma relação de muita intimidade coma noite e com o escuro, tenho tido das maiores "aventuras" durante esse diário período que todos passamos...

De barriga para baixo e braços debaixo da almofada.
De cabeça enterrada na almofada e e aconchegada contra o meu ombro esquerdo.
Começo muito lentamente acordar com esta sensação paralisante, pesada, com esta estranha trepidação no olhar.
Sentia algo estranho que me tocava nos pés por cima dos lençóis, e não me permitia esticar as pernas.
Sentia uma atmosfera que não me deixava respirar e não me permitiu sequer contrair um músculo que fosse de medo.
E então tudo tremeu.

Um terramoto assolou os círculos de luz que se escapavam pelos estores, trepidava e deslizava a própria cama do seu lugar, e "rasgava" o meu próprio corpo.
E eu agarrava-me à almofada fechando os olhos, que não impediam nem de ver toda a luz que pulsava aleatoriamente, nem de ouvir o incessante ruído de todo o meu quarto a rangia.

Este alguém. esta personagem continuava de pé, de pé ao fundo da cama.
Sem o ver percebi que era bastante alto e de braços grandes relaxados encostados ao corpo.
E os lençóis começaram a escorregar pelo corpo, rugindo e tremendo contra o meu corpo a medida que o deixava e sentia tudo frio e mais frio.
Ele continuava imóvel estático, mais frio que o frio que sentia, à medida que a luz acelerava e se intensificava.
Sentia o sangue vindo do coração fazendo pressão contra as paredes do meu crânio e o os lençóis chegando aos meus joelhos.
E então gritei, sem que nenhum som saísse.

E acordei.
Na mesma posição, com a mesma ténue luz de madrugada tocando na janela, cansado, soado, de músculos doridos e coração a bater, mas curiosamente...sereno.

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