Pesquisar neste blogue

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Morte

É o que nos faz sentir vivos, é o que nos faz aproveitar o tempo que nos resta, é o que nos faz lembrar que nada vai durar para sempre.
O tempo passa, a morte aproxima-se, mas parece que nos esquece-mos.
Esquecemo-nos de aproveitar o tempo que temos com as pessoas que gostamos, e achamos que se não for hoje é amanha, ou para a semana que vem.
"Sim sim, já sabemos disso"
Todos sabemos, mas parece que queremos esquecer, e penso que é esse mesmo pensamento que nos dá um tiro na cabeça quando uma pessoa que nos é querida está prestes a partir.
Falo em partir, mas não acredito que aquela consciência realmente vá para outro corpo ou outra dimensão.
Falo em partir como quem se recusa a acreditar que uma consciência de 90 anos se vá desfazer em segundos, indo com ela todas as memórias que nunca ninguém viu ou conheceu.
Embora eu sei que é isso que irá acontecer.
Não sejamos crianças egipcias, que preparam a morte durante toda a vida.
Mas parece que encarar a morte nos torna mais maduros
Parece que quando os frutos ficam maduros, é que caiem, e morrem.
Demasiado tarde.
O fruto fica bem.
Não sente.
É só uma fase.
Passa.
Mas não para o resto da árvore.
Sente a dor pelo fruto.
Testemunha a passagem.
O antes e o depois.
A diferença.
O vazio.
E o por isso peço.
Fica.
Fica apenas um pouco mais.



Sem comentários:

Enviar um comentário